quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pais e Mães (que são, que serão)...


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com osfilhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história. O grave é que estamos lidando com crianças mais 'espertas', ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter,passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração defilhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos.
Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito. À medida em que o permissivo substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles queconseguem que seus filhos os amem, e, ainda que pouco, os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e 'tudo dar' a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menos prezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, a permissividade sufoca.
Apenas uma atitude firme e respeitosa lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade. É assim que evitaremos o afogamento das novas gerações no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino. Os limites abrigam o indivíduo, com amor ilimitado e profundo respeito.
"Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais ea primeira geração de pais que obedecem a seus filhos".
Material extraído do Grupo Cultura Infancia.

3 comentários:

Sandra Paiva disse...

É verdade, Titina. É muito difícil criar os filhos, somos escravos do tempo, smos cheios de dúvidas, com esse mar de informações, somos inseguros. Mas tento levar as coisas pelo que acho certo, tendo como parâmetro que o certo é certo para todos e nã só para meus filhos, o mesmo valendo para o errado.
Mas ser mãe é conviver sempre com a culpa...

Sandra

Robson Ferreira disse...

e ser filho hoje é conviver com a liberdade!

Eleuza Ap. Ribeiro disse...

É... O que tbm não é nada fácil, embora muito bom, dá as vezes sensação de abandono.